..."Talvez a mais importante das influências temperamentais na obra de Donald Winnicott seja simplesmente a sua crença de que a vida vale a pena ser vivida. Não há nada de romance e sentimental nisso: ele tinha consciência de que "a vida é díficil, inerentemente difícil para qualquer ser humano, para cada um de nós desde o seu princípio (19), e ele conseguia identificar-se com as pessoas que vinham consultá-lo porque sabia a respeito da ansiedade e da dúvida. Não obstante, o seu imenso sentimento de prazer e proveito em sua própria vida deve ter sido, pelo menos em parte, responsável pela convicção de que, para cada indivíduo, a vida poder ser criativa e valiosa. Vinculado a isto estava a crença de que cada ser humano, dando um ambiente facilitador, contém intrisecamente o impulso para o crescimento em direção à maturidade, tanto emocional quanto física, e para uma contribuição positiva à sociedade."....
Texto retirado do livro: Limite e espaço: uma introdução à obra de D. W. Winnicott / Madeleine Davis e David Wallbridge; tradução de Eva Nick - Rio de Janeiro: Imago, 1982.
